Texto de Filomena Pica

Encontrei-a no dia que nasci, disso tenho a certeza. Primeiro no colo da minha mãe, depois no carinho do meu pai. Eram eles e nem foi preciso escolher. Não foi berço de ouro, mas foi, seguramente mais quente do que qualquer metal precioso. Mais tarde, com consciência de que ela não aparece sem esforço, pus-me a jeito para a receber. Foram as escolhas certas, foram as atitudes melhores, foi o trabalho e muito esforço. Nem sempre lá na hora certa, mas sempre certa quando chegava lá. A vida também é um casino. Apostamos, nem sempre ganhamos, mas só aos audazes ela aparece. Se não tentarmos nem vale a pena. Todos os dias jogo. Jogo quando a tenho no quente da água do banho, na comida farta e nos abraços apertados. Jogo em pessoas e acerto quase sempre. A vida é uma mesa de roleta, um café no bar, uma música da sala de espectáculos. Ela, a sorte, de quem falo desde o inicio é não ter azar. Ela, a sorte, é o livre arbítrio de ir ao casino não jogar e mesmo assim sair mais rica. Ser rica é ter sorte. Um dia fui lá, joguei na esperança de que “sorte ao jogo, azar no amor” fizesse a excepção à regra. E fez! Tenho sorte nas duas coisas. Só lá vai quem quer, quem arrisca no pleno ou joga tudo numa “slot” que gira sozinha ao sabor dela, da sorte…  não precisa ser num espaço com luzes e sinais de alerta para “jackpot”, ir e arriscar tudo, muitas vezes, é acordar e por o pé no chão. No casino da vida ganha quem tem menos medo e só perde quem faz do medo a prisão de viver sem nunca tentar. Não adianta ser outra coisa, porque ser feliz já chega. Um dia voltarei a jogar e nesse dia, só por tentar já valerá a pena. Um dia vou agradecer à sorte por me ensinar que, basta fechar os olhos e sonhar! Um dia vou ao casino jogar, de olhos fechados, sem sair de casa e fazer da sorte o que eu quiser. Um dia vou dar tudo a quem tem menos, para que a sorte nunca acabe!

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