Foto Cláudio Neto

O fascínio do jogo…

Ao longo dos séculos, o jogo fascinou por todos os cantos do mundo. Segundo Roger Caillois, o jogo é mais velho do que a cultura, pois a cultura, ainda que inadequadamente definida, pressupõe a existência de uma sociedade humana e os animais não esperaram que o homem os ensinasse a jogar.

De acordo com um dicionário de Língua Portuguesa dos anos 1920, jogo é um “divertimento, recreio (…) passatempo, sujeito a certas regras, em que geralmente se arrisca dinheiro”.

Sem grande margem de hesitação, poder-se-á dizer que “o jogo é uma atividade voluntária, ou uma ocupação, que tem lugar dentro de certos limites estabelecidos de tempo e lugar, de acordo com regras livremente aceites mas estritamente vinculativas, e que se institui como um fim em si mesmo, sendo acompanhado por um estado de espírito de tensão e de alegria, bem como pela consciência de ser diferente da vida normal”, no pensamento lúcido de Johan Huitzinga.

O jogo de fortuna ou azar afirma-se como uma oferta cultural, lúdica, onde o indivíduo opta, em liberdade, pela atração da aposta, pelo prazer de fruir um tempo que ousa dispensar ao chamamento da sorte. Retém, sustém e repete (ou não) a deslocação ao local onde acontece a aposta.

Porta aberta ao turismo, envolvido no espetáculo, na cultura e na arte, piscando o olho ao glamour e á história, por vezes no feminino, o Jogo começou com os momentos de lazer, depois nas zonas termais, nas célebres pataqueiras, enfim… no tempo antigo e fez-se transportar para uma atualidade virtual que não terá fim.