Elizabete Vedorias

Se andarmos para trás no tempo, recuperamos nomes importantes da área: Artur Pereira, Manuel Oliveira, Carlos Pires, Dias Cruz. Estes e outros agentes artísticos ficarão na História do então assíduo e continuado fornecimento de espectáculos aos casinos (ballets, cantores, atrações visuais e orquestras), já que atravessaram décadas da sua existência profissional a imaginar, propor e contratar nomes nacionais e estrangeiros para pisar os palcos.

Presentemente há outros protagonistas. Para se perceber melhor o momento atual, convidámos Elizabete Vedorias, que persegue o fado e outros géneros musicais agenciando artistas. 

ojogoemportugal.pt trocou com ela algumas impressões que saem, assim, em formato de entrevista.

Representar ou agenciar um artista é ter uma carreira paralela com ele?

Posso dizer que, na verdadeira aceção da palavra, agenciar um artista é caminhar ao seu lado, celebrar sucessos, amparar-se mutuamente nos momentos complicados, lutar por ir cada vez mais longe. Por isso sim, é verdade que “quem veste a camisola” pelo seu agenciado constrói de certa forma uma carreira em paralelo.

A escolha é intuitiva, seguindo a linha artística/qualidade…ou exclusivamente se olha para o potencial comercial que está em causa?

Naturalmente que ambos os vetores, o artístico e o qualitativo, são fundamentais  para se escolher um agenciado. O fator comercial é o vértice que completa esse triângulo porque não podemos perder de vista que esse “casamento” tem que ser economicamente positivo para ambas as partes.

A sua preferência vai mais para o agenciamento ou para a produção?

A minha preferência vai claramente para o agenciamento, porque é sobretudo no terreno e nos contatos que se desenvolve uma maior relação de proximidade entre agente, artista e público em geral. Fazer agenciamento é, acima de tudo, privilegiar o universo das relações públicas e humanas.

Com muita experiência neste ramo, sente que este trabalho é tão secreto que não se vê, nem é devidamente avaliado pelo artista?

Concordo que o trabalho de um agente é normalmente feito na sombra, nos bastidores e, como tal, de menor visibilidade para o público. Mas penso que é valorizado sobremaneira pelo artista, que tem no agente um amigo, um parceiro e até confidente.

Elizabete, aposta apenas num nome e num género ou gosta de ramificar?

Tenho vindo a estar ligada sobretudo a um género musical – o fado, mas prefiro ramificar o meu labor e, assim sendo, agencio artistas de qualidade de outras áreas.

Qual o seu número de sorte?

Digo sempre que é o número 7!

Foi assim, em agradável conversa, que falámos de uma área pouco conhecida do público, o agenciamento artístico.

Entrevista de António Jorge Lé

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