Texto de António Jorge Lé
Com um follow spot dirigido a quem por ele deambula em destaque, em passos mágicos e quase celestiais, jovens estrangeiras risonhas, de baton vermelho e meias pretas arrebatam aplausos e criam a ilusão de uma fantasia que se mistura com música e luzes – é o show!
Guarda-roupa curto, tule, cabelo atado, elegância e porte, gritos e saltos de pernas abertas… é o cancan! O frenético charleston do início dos anos XX continua o repertório coreográfico para cerca de uma hora – seleto, ensaiado e com olhar no público. Os principais desenhos da dança são o levantamento e a manipulação das saias, com chute alto e sugestivo, com pensados movimentos de brilho e sensualidade. Colorido, estridente, multicor dado pelas mãos de um exigente criador de luz; intensidade ao nível do som, para uma acolhedora e requintada sala que saboreia um whisky, com gelo, velho e sem água… e com frappé na mesa.
Recordações de antanho? Exigências atuais? Tudo isto é verdade para quem, numa vivência a dois, se acompanha… com a companhia que está no palco e que nos faz a companhia da noite.
Atrações visuais, vozes (como a de Nicola Railton), inspiração como as de Júlio César, músicos e valores que nunca saem de cena. Nunca!
Tributo de reconhecimento aos artistas, homenagem aos criadores. Tudo numa noite que fica na memória e que hoje ainda se guarda ou se repete.
Estamos no Casino!